ATRAVESSAMENTOS E RELATOS DE UMA LICENCIANDA: O MAR COMO HISTÓRIA, ESTUDO E INSPIRAÇÃO PARA UMA ESTAGIÁRIA

Abstract

Este trabalho apresenta uma análise reflexiva baseada nas experiências vividas durante o estágio supervisionado nas disciplinas de Pesquisa e Prática Educativa do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade Federal Fluminense, explorando a integração entre biologia marinha e educação ambiental por meio de uma abordagem narrativa. Ao longo do estágio, acompanhando aulas de Biologia em turmas do Ensino Médio de uma Escola Estadual de Niterói/RJ, a licencianda desenvolveu atividade de regência de classe sobre biologia marinha utilizando diversos recursos didáticos. A pesquisa se concentra na jornada da docente em formação, que revisita suas próprias vivências, profissão e percepções e práticas enquanto constrói sua identidade profissional de professora. Nesse percurso, reflete sobre a complexidade do ensino e utiliza a narrativa como uma ferramenta para conectar memórias pessoais e práticas pedagógicas, criando um espaço para questionar crenças, métodos e o papel do professor na sala de aula. A partir dessas reflexões, foram investigadas as relações entre ciência, ensino e sociedade, com ênfase na responsabilidade do educador em formar cidadãos críticos e conscientes sobre questões ambientais. Os resultados revelam que o processo narrativo permitiu à docente em formação não apenas acessar suas experiências passadas, mas também compreender o impacto de suas escolhas no presente e suas aspirações para o futuro. Este exercício de autorreflexão proporcionou um olhar ampliado sobre a prática docente, destacando a importância de valores como empatia, criatividade e adaptabilidade no enfrentamento dos desafios educacionais, além de ponderar sobre a relevância do estágio na formação docente inicial e a potência pedagógica dos recursos utilizados na atividade de regência. Concluímos que a abordagem narrativa é uma metodologia poderosa para a formação docente, pois oferece uma oportunidade de alinhar teoria e prática, valorizando as subjetividades envolvidas no ato de ensinar. Essa perspectiva reforça a necessidade de olhar para o professor como um mediador de conhecimento e um agente transformador no contexto da Educação Ambiental e da formação cidadã.