Intervenções que se relacionam ao estado nutricional do ferro em crianças deficientes em ferro ou anêmicas e desenvolvimento infantil: uma revisão sistemática da literatura

Abstract

Introdução: A anemia é definida como um quadro caracterizado por diminuição nos níveis de hemoglobina. Várias causas estão associadas ao seu surgimento como ingestão inadequada de ferro. A ingestão insuficiente desse nutriente gera quadros de deficiência de ferro e, em estágios mais graves, a anemia ferropriva. Os dois quadros podem ser resultado de uma maior demanda do nutriente, observado durante a primeira infância, por exemplo. Segundo a OMS, em 2018, a prevalência mundial de AF foi de 39,8% entre crianças de 6 a 59 meses. Uma das principais consequências desses quadros entre as crianças é o atraso no desenvolvimento mental e/ou motor. Assim, torna-se importante que intervenções relacionadas a reversão desses quadros entre crianças com deficiência de ferro e anemia ferropriva sejam implementadas para reverter os atrasos no desenvolvimento mental e/ou motor destas. Objetivo: avaliar possíveis impactos das intervenções relacionadas ao estado nutricional sobre o desenvolvimento mental e motor de crianças deficientes em ferro e anêmicas. Métodos: Realizada revisão sistemática da literatura a partir da elaboração de uma estratégia de busca com termos indexados junto ao DeCs, com posterior levantamento bibliográfico em bases de dados foram excluídos estudos que não se enquadraram entro de critérios de inclusão previamente definidos. Os artigos incluídos nessa etapa tiveram seus resumos lidos por dois investigadores independentes, com posterior seleção daqueles que se encaixam dentro dos critérios de inclusão. Tais artigos foram incluídos na revisão, seus dados foram extraídos e a qualidade de tais foi avaliada. Resultados: A busca nas bases de dados gerou 2825 artigos; destes, 650 foram excluídos por serem duplicados, restando 2175 artigos. Destes, 2090 foram excluídos pela leitura dos títulos e resumos, restando 85 artigos, onde 78 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão, restando apenas 7 artigos, que foram incluídos na presente revisão e seus dados foram então extraídos e sua qualidade avaliada. Conclusão: As intervenções administradas via oral por sete e dez dias parecem não melhorar o desenvolvimento mental ou motor infantil no pós intervenção. Porém, aquelas administradas via oral por três e quatro meses, independente da dose, por dois meses com doses maiores e via intramuscular por oito dias parecem melhorar o desempenho nos testes de desenvolvimento mental e/ou motor infantil entre crianças deficientes em ferro e anêmicas.