A ALEGRIA COMO UMA TRINCHEIRA: FRAGMENTOS CARNAVALESCOS DE UMA CIDADE EM DISPUTA
Abstract
A presente dissertação interessa-se pelas disputas da cidade na contemporaneidade, a partir de uma travessia singular: o carnaval - e, mais especificamente, o carnaval de rua no Rio de Janeiro. Os diagnósticos do presente não são animadores: num momento de ascensão vertiginosa de uma força que não hesitamos mais em qualificar de fascista, que opera a partir da mesma velha política de morte que vai se institucionalizando, atualizando e intensificando; não raro nos vemos tomados por paixões tristes e um sentimento de impotência. Nada realmente novo, tudo excessivo e cada vez mais absurdo. Contra o cenário de tristeza, discurso de ódio e flerte com a morte, o carnaval parece nos apontar outras possibilidades de ocupação da cidade. No entanto, ao adentrar o emaranhado intenso da folia, essas forças não se dissolvem ou se ausentam, e a disputa se complexifica: nem tudo no carnaval se carnavaliza. Então, a partir de um plano de experiência - uma experiência de experimentação não experimental -, inventamos uma metodologia ébria, singular e inacabada pela qual caminhamos por blocos - de carnaval, de contração de problemas, de intensidades. Interessados em histórias menores e nos gestos cuja direção ética é aquela que nos permite ser, pensar e agir diferente, perguntamos: como no carnaval as forças da cidade e as disputas presentes se mostram? Como no carnaval inventamos maneiras de reexistir?
[Texto sem Formatação]
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