Síndrome de Burnout nos profissionais da saúde durante a pandemia: revisão narrativa

Abstract

A Síndrome de Burnout (SB) é um quadro caracterizado pelo esgotamento físico e emocional, usualmente associado à ocupação profissional do indivíduo (PERNICIOTTI et al., 2020). Os sintomas desse distúrbio se dispõem em uma tríade constituída pela exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal (PERNICIOTTI et al., 2020). Embora não se trate de uma entidade nosológica como outros diagnósticos psiquiátricos propriamente publicados na quinta edição Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a décima edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) menciona a síndrome no capítulo sobre “fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com serviços de saúde” (CID-10, 1997). Sendo ela, assim, um fenômeno ocupacional. Num cenário de pandemia, esse desgaste físico e emocional vivido pelos profissionais da saúde é agravado pelo estresse em estar na linha de frente (BORGES et al., 2020). Portanto, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão narrativa da literatura acerca da relação entre a pandemia da COVID-19 e o surgimento da Síndrome de Burnout nas carreiras ligadas à saúde. A coleta de dados foi realizada a partir de artigos encontrados no Google Scholar, Scielo (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), além de outros livros e manuais. Os resultados encontrados destacaram um aumento na incidênida de Burnout em profissionais da saúde nos anos de pandemia, principalmente em enfermeiros, trabalhadores jovens e do sexo feminino. Chegando a conclusão de que a situação sanitária global tanto deteriorou a saúde mental desta população quanto acarretou uma maior incidência do fenômeno ocupacional da SB nestes.