Avaliação de compostos tóxicos em tintas imobiliárias: uma revisão sobre os seus impactos e práticas sustentáveis

Abstract

O setor de tintas no Brasil é um dos cinco maiores do mercado, no ano de 2023, o país produziu 1,871 bilhão de litros de tintas, sendo 75,2% destinados ao setor imobiliário. As tintas imobiliárias desempenham um papel essencial no setor da construção civil, proporcionando proteção contra o desgaste e intempéries, além de valorizar a estética das superfícies. No entanto, o processo de fabricação dessas tintas envolve o uso de diversos compostos químicos que podem representar riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Diante desse cenário, este estudo, fundamentado em uma revisão de literatura, analisou a toxicidade de compostos orgânicos voláteis (COVs), metais pesados e aditivos biocidas, dessa foma, verificou-se os impactos ambientais e à saúde humana associados a esses elementos. Os COVs, como o tolueno, xileno, benzeno, etilbenzeno e formaldeído, são os compostos mais identificados durante a fase de aplicação e secagem das tintas em alguns estudos analisados, comprometendo a qualidade do ar interno, agravando doenças respiratórias e contribuindo para fenômenos como o smog fotoquímico. Além disso, metais pesados, como chumbo, cádmio e mercúrio, foram destacados por sua toxicidade elevada, persistência ambiental e capacidade de bioacumulação, enquanto os aditivos biocidas, embora essenciais para evitar a proliferação de microrganismos, demonstraram potencial de contaminação ambiental, especialmente de corpos hídricos. Apesar de iniciativas sustentáveis adotadas por empresas do setor, o uso de tintas à base de água e produtos com baixo teor de COVs, além da adoção de certificações ambientais como ISO 14001. O estudo apontou a falta de uma legislação brasileira mais rigorosa em comparação a legislações internacionais. A promoção de práticas industriais mais seguras como a utilização de tintas à base de água e da adoção de programas de logística reversa e reciclagem, essas práticas são imprescindíveis para diminuir os efeitos negativos das tintas imobiliárias sobre a saúde humana e o meio ambiente, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável do setor