AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE PARA DETECÇÃO DO HERPESVÍRUS HUMANO TIPO 6 EM AMOSTRAS DE SALIVA E SORO DE CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DE INFECÇÃO PRIMÁRIA PELO HHV-6
Magalhães, Ivna de Mello | Posted on:
2010
Abstract
A infecção pelo herpesvirus humano do tipo 6 (HHV-6) é amplamente distribuída acomentendo em torno de 90% das crianças com até dois anos de idade. Este vírus possui duas variantes distintas: HHV-6A e HHV-6B. O HHV-6A não está associado a qualquer patologia específica. Já o HHV-6B é o agente causador do exantema súbito em crianças, e, assim como o herpesvírus humano tipo 7 (HHV-7), permanece latente nas células do hospedeiro após a infecção primária podendo ser excretado continuamente na saliva. Existem vários métodos de diagnóstico da infecção primária pelo HHV-6, dentre eles, a imunofluorescência indireta (IFI) para a pesquisa de IgG de baixa avidez para o HHV-6, que é considerado o padrão ouro. Porém, são relatados casos de reatividade cruzada entre o HHV-6 e o HHV-7 e esta técnica não permite a diferenciação das variantes A e B do HHV-6. O objetivo do nosso estudo foi a padronização de uma técnica de nested PCR multiplex para a evidenciação e diferenciação das infecções ocasionadas pelo HHV-6A, HHV-6B e HHV-7 e a avaliação de sua utilização no diagnóstico de infecção primária pelo HHV-6 em crianças. Para tanto, foram incluídas no estudo, crianças de até quatro anos de idade apresentando doença exantemática e com diagnóstico de infecção primária pelo HHV-6 obtido através da técnica de IFI para a pesquisa de IgG de baixa avidez. Foram selecionadas 138 amostras de saliva e 125 amostras de soro que foram separadas em grupo casos e grupo controles de acordo com o resultado da técnica de IFI. Através da realização da técnica de PCR, foi observada uma frequência de detecção dos vírus nas amostras de saliva do grupo casos de 4,8% para o HHV-6B, 3,2% para o HHV-6A e 4,8% para o HHV-7, já no grupo controle foi evidenciada uma frequência de 1,3%, 2,6% e 5,3% para a detecção do HHV-6B, HHV-6A e HHV-7, respectivamente. Após a análise das amostras de soro do grupo casos, foi observada uma frequência de 1,7% tanto para o HHV-6A como HHV-7, entretanto, o HHV-6B não pode ser detectado. Já no grupo controle, também não foi possível detectar o DNA do HHV-6B, mas foi encontrada uma frequência de detecção de 1,5% para o HHV-6A e 5,9% para o HHV-7. A avaliação da sensibilidade e acurácia da técnica de PCR demonstrou que esta não é adequada para o diagnóstico de infecção primária pelo HHV-6B, em contraposição a vários estudos publicados na literatura. É importante ressaltar que foi observada uma frequência de 25% na detecção do HHV-7 em amostras de soro com resultado inconclusivo na IFI sugerindo que a técnica de PCR pode ser útil para a evidenciação de infecções ocasionadas pelo HHV-7. Assim, a técnica de PCR não substitui a técnica de IFI para a pesquisa de IgG de baixa avidez como método de diagnóstico de infecção primária pelo HHV-6.
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DissertaçãoPublisher
Universidade Federal Fluminense
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