PALEOAMBIENTES HOLOCÊNICOS DO LAGO DOM HELVÉCIO (PARQUE FLORESTAL DO RIO DOCE, MINAS GERAIS, BRASIL)
Paleolimnologia
Paleoambientes
Paleoclimatologia
Paleoecologia
Paleolimnologia
Matéria orgânica
Sedimento
Paleoclimatologia
Produção intelectual
Geoquímica
Organic matter
Paleolimnology
Paleoenvironmental
Paleoclimatology
Albuquerque, Ana Luíza Spadano | Posted on:
1998
Abstract
Na região estudada foi formado um sistema lacustre através do barramento dos tributários do Rio Doce durante o final do Pleistoceno. Vários estudos anteriores nesta região têm apontado a sua grande importância para a compreensão da evolução paleoambiental do Quaternário do centro-sul brasileiro. Neste contexto, este estudo teve como objetivo principal contribuir para este entendimento através de uma abordagem espaço-temporal. Utilizou-se cinco testemunhos longos e seis curtos retirados ao longo de um transecto batimétrico no Lago Dom Helvécio, o qual constitui-se num dos maiores do sistema lacustre regional. Foram utilizados traçadores múltiplos (C:N, δ13C, δ15N, petrografia da matéria orgânica deposicional, dentre outros) a fim de reconstituir a evolução climática regional, além da Paleolimnologia do Lago Dom Helvécio. Os sedimentos coletados foram identificados como representantes de três fácies sedimentares, a saber: (1) fácies do aluvião do paleo-rio Doce, formada por depósitos datados até cerca de 9.000 anos AP, representando o barramento do paleo-Rio Doce e seus tributários que veio por fim formar o Lago Dom Helvécio; (2) fácies marginal-lacustre, que consiste de sedimentos depositados a partir de cerca de 8.500 anos AP, num ambiente francamente lacustre. A variação espaço-temporal das fácies marginal-lacustre permitiu o estabelecimento da curva de variação do nível do Lago Dom Helvécio, pela qual foi possível verificar que a ação neotectônica foi um importante controlador do nível lacustre até cerca de 8.200 anos AP, e que após esta data o fator climático deve ter prevalecido. Foi possível observar, também, que o nível do lago apresentou-se crescente ao longo de sua história, sem necessariamente ter sido contínuo. Neste contexto, as mudanças morfométricas ocasionadas pela variação do nível do lago promoveram um desenvolvimento marginal crescente, o que foi corroborado por outros estudos que demonstram que a maior abundância de remanescentes animais de ambientes litorais é maior atualmente do que já foi ao longo da evolução do lago. A comparação entre a reconstituição batimétrica do Lago Dom Helvécio e a abundância de diatomáceas centradas no caso representadas por um único gênero (Aulacoseira), permitiu o estabelecimento do padrão de evolução da estratificação térmica do lago. Neste sentido, verificou-se que o lago apresentou um padrão de circulação frequente de sua coluna d’água (talvez polimítico) até cerca de 4.200 anos AP, condicionando, assim, uma boa distribuição dos nutrientes na coluna d’água e por consequência uma alta produtividade primaria fortemente baseada em diatomáceas. Esta fase do lago foi classificada como homotérmica e eutrófica. A partir de 4.200 anos AP, a profundidade máxima do lago ultrapassou o limite para a ocorrência de circulação frequente naquele lago, ou seja, entre 12-15 metros. O padrão de circulação foi se tornando casa vez mais infrequente, indisponibilizando, por consequência, a distribuição de nutrientes no lago, limitando, assim, a produtividade primária. Esta tendência seguiu até cerca de 2.000 anos AP, quando o lago parece ter alcançado o padrão de estratificação atual. Esta fase foi, então, classificada como estratificada e oligotrófica. A parte destas classificações, o confronto entre os aportes de fragmentos microscópicos de origem autóctone e alóctone para os sedimentos do lago, mostrou três momentos de aumento proporcional no aporte de matéria alóctone, sendo, assim, caracterizadas três crises distróficas qye, por fim, apresentaram correlações com as mudanças climáticas à nível regional. A contagem dos fragmentos microscópicos de origem alóctone, ou seja, os fragmentos ligno-celulósicos opacos e os micro-carvões permitiu o estabelecimento da dinâmica climática ao longo do Holoceno. A análise de frequência de tamanho dos micro-carvões mostrou que cerca de 90% dos carvões encontrados nos sedimentos lacustres são menores do que 4,5μm, sugerindi um transporte predominantemente aéreo e uma origem regional, enquanto que nos sedimentos aluviais observou-se yna nauir cibtribuição de partículas maiores, indicando um transporte aquoso. A abundância, em termos de fluxos, destas partículas alóctones mostraram a ocorrência de quatro fases secas durante o período qye abrangeu os sedimentos amostrasdos, são elas: (1) abtes de 8.500 anos AP, que representa a fase de clima seco do final do Pleistoceno, o qual produziu a agradação do paleo-Rio Doce, e culminou com o barramento de seus tributários e a formação do lago Dom Helvécio; (2) 7.000-5.500 anos AP, que representou a mais intensa fase seca de início Holocênico, (3) 4.000-3.000 anos AP e (4) 2.000-1.500 anos AP. Estas fases secas identificadas foram total ou parcialmente coincidentes com outros locais do Brasil
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Matéria orgânicaPaleolimnologia
Paleoambientes
Paleoclimatologia
Paleoecologia
Paleolimnologia
Matéria orgânica
Sedimento
Paleoclimatologia
Produção intelectual
Geoquímica
Organic matter
Paleolimnology
Paleoenvironmental
Paleoclimatology