REGISTRO DE PALEOTEMPERATURAS NA PLATAFORMA CONTINENTAL DE CABO FRIO, RIO DE JANEIRO, AO LONGO DOS ÚLTIMOS 13.000 ANOS
Paleotemperaturas
Cabo Frio
Holoceno
Foraminífero planctônico
Paleoceanografia
Cabo Frio (RJ)
Holoceno
Produção intelectual
Planktic foraminífera
Paleoceanographic
Paleotemperature
Cabo Frio
Holocene
Oliveira, Alice Cruz Candido de | Posted on:
2008
Abstract
Os testemunhos CF02-01B e CF02-02B foram coletados na plataforma
continental de Cabo Frio(23º11´ S e 42º47´ W) com o objetivo geral de reconstruir a
temperatura da superfície do mar (TSM) nos últimos 13.000 anos cal, com base na
fauna e na composição isotópica (δ18O) de foraminíferos planctônicos. Cobrindo os
últimos 13.000 cal, o testemunho CF02-02B registrou o final do Pleistoceno e todo o
Holoceno e mostrou seis fáceis sedimentares as quais registraram a evolução
sedimentar da plataforma continental durante o Holoceno. O testemunho CF02-01B
cobriu os últimos 4.000 anos e permitiu uma melhor resolução do comportamento da
TSM na área de estudo durante este período. O estudo da fauna de foraminíferos
planctônicos mostrou duas espécies dominantes: Globigerinoides ruber (Gr) e
Globigerina bulloides (Gb, as quais, de acordo com a sua ecologia, podem ser
consideradas indicadoras da AT e da ACAS, respectivamente. A temperatura de
calcificação de G.ruber e de G.bulloides atestou a preferência destas espécies por
águas quentes (AT) e frias (ACAS). Desta forma, a razão Gb:Gr foi aplicada como um
indicador da TSM, assim como, o fluxo de G.bulloides, nos valores do δ18O de G.ruber
e de G.bulloides. Uma estimativa dos valores absolutos de TSM foi obtida a partir da
Técnica do Análogo Moderno (TAM). De acordo com estes marcadores, o padrão de
variabilidade da TSM de Cabo Frio apresentou três fases. Fase (1) entre 13.000 e 7.000
anos cal AP, onde a TSM estimada, provavelmente, esteve associada à intensas
variações no nível do mar, à variações da temperatura atmosférica e à mudanças na
circulação termohalina. Esta fase foi marcada pela amplitude da variabilidade da TSM,
onde se registrou o Younger Dryas, em torno de 12.000 anos cal AP e a influência
gradativa da ACAS (Água Central do Atlântico Sul) na região de Cabo Frio com o início
do Holoceno. A TSM estimada esteve entre 26,4 e 10,3 ºC. Fase (2) entre 7.000 e
3.500 anos cal AP. Esta fase foi marcada por uma menor variabilidade da TSM, bem
como, pela TSM mais elevada que indicou a predominância da Água Tropical (AT) na
plataforma continental de Cabo Frio. Sendo assim, uma fase de ressurgência fraca. A
TSM estimada esteve entre 25,6 e 18,2ºC. Fase (3) a partir de 3.500 anos cal AP.
Nesta fase, a TSM apresentou alta variabilidade, no entanto, com uma tendência à
baixa temperatura que indicou a predominância da ACAS na plataforma continental de
Cabo Frio, caracterizando assim, uma fase de ressurgência fortalecida. A TSM
estimada esteve entre 26,4 e 16,0 ºC. O padrão de variabilidade da TSM observado ao
longo dos últimos 13.000 anos cal foi similar àquele observado para o Carbono
Orgânico Total (COT). A alta correlação entre o COT e o fluxo de G. bulloides confirmou
a relação entre a TSM e a ressurgência de Cabo Frio. Dentre os fatores que
condicionaram o padrão de variabilidade da TSM e da ressurgência de Cabo Frio,
tendo em vista, a clara relação entre eles, pode-se destacar a intensidade e freqüência
dos ventos de NE que promovem a ressurgência, o sistema de frentes frias que
modifica o padrão de ventos inibindo o processo de ressurgência, a Zona de
Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que promove o bloqueio dos sistemas polares,
favorecendo o processo de ressurgência e os Eventos ENOS (El Niño-Oscilação Sul)
que provavelmente foram responsáveis pela alta variabilidade da TSM observada na
fase três. Desta forma, o registro da variabilidade da TSM de Cabo Frio parece exibir
uma correlação com eventos climáticos do Atlântico Norte e fornece evidências para a existência de teleconexões globais entre os climas regionais. Assim, a fauna de
foraminíferos planctônicos mostrou-se uma ferramenta eficiente no estudo das
condições paleoceanográficas de Cabo Frio, uma vez que as mudanças nas
assembléias e na composição isotópica do δ18O das carapaças podem ter ocorrido em
função da dinâmica das massas d’ água na Plataforma Continental de Cabo Frio
durante os últimos 13.000 anos cal AP.
[Texto sem Formatação]
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TeseSubject(s)
Foraminíferos planctônicosPaleotemperaturas
Cabo Frio
Holoceno
Foraminífero planctônico
Paleoceanografia
Cabo Frio (RJ)
Holoceno
Produção intelectual
Planktic foraminífera
Paleoceanographic
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