Avaliação do efeito da leptina liberada através das vesículas extracelulares derivadas de tecido adiposo de indivíduos obesos sobre o câncer de mama

Abstract

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura e inflamação crônica de baixo grau. Atualmente é considerada uma pandemia e, devido ao aumento da sua prevalência é um problema de saúde público, principalmente por sua associação com diversas doenças, incluindo o câncer. Evidências mostram que a obesidade está relacionada com o pior prognóstico do câncer de mama e, a leptina, é considerada importante elo entre essas duas doenças. A leptina é a principal adipocina secretada pelo tecido adiposo (TA) branco e, no contexto da obesidade, tem seus níveis aumentados, inclusive nas vesículas extracelulares (VEs) liberadas por adipócitos derivados de TA obeso. As VEs são capazes de modular o microambiente, por realizarem comunicação célula-célula, e promovem alguns dos “Hallmaks” do câncer. Nesse contexto, com o objetivo de elucidar os mecanismos de ação da leptina liberada pelas VEs de TA obeso sobre o câncer de mama, estimulamos in vitro a linhagem celular tumoral de mama invasiva MDA-MB-231 com as VEs derivadas do TA eutrófico e obeso, na presença ou ausência do antagonista do receptor de leptina. Em seguida, analisamos a proliferação, por MTT, invasão, através de insertos transwell revestido com matrigel-like, migração, por wound healing, e produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) intracelular, com a sonda CM-H2DCFDA. Além disso, foram avaliadas a expressão de AKT e STAT3, proteínas da via de sinalização de leptina, envolvidas nos processos de progressão tumoral, por western blotting. Nossos resultados preliminares demonstram que a leptina derivada de VEs de TA de obeso aumentam a malignidade da linhagem tumoral de mama MDA-MB-231 por promover aumento da migração, invasão, produção de EROs intracelular e ativação de AKT e STAT3